terça-feira, 25 de outubro de 2011

Notícias do Recital no Centro Cultural Alto Vera Cruz

No último dia 20 tivemos a satisfação de apresentar nosso recital no Centro Cultural Alto Vera Cruz. O público - que contava com alguns alunos da oficina de violão que o Centro oferece à comunidade - foi extremamente caloroso, e após o recital ficamos batendo papo por mais de uma hora... Estamos ansiosos para retornar para a palestra, que será no dia 27/10/11, 5a feira, às 14hs. Achamos mesmo que ela deverá durar mais que o tempo previsto, dado o interesse que nosso projeto despertou no pessoal!
Abaixo a programação do Centro:


E, a seguir, algumas fotos do recital feitas pela nossa multitalentosa produtora, Nádia Samarino:




segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Música renascentista espanhola: Luys de Narváez - II

A contrarreforma e a pujança do império espanhol do católico Carlos V geraram um rico cenário cultural, marcado por intensa religiosidade, misticismo e um certo "saudosismo" dos tempos medievais. É nesta Espanha que surgiriam figuras como Tereza D’Ávila – que, entre campanhas de assistência aos pobres, escrevia poemas e orações e tinha êxtases espirituais – e Don Quijote – o famoso personagem de Miguel de Cervantes que enlouqueceu de tanto ler romances de cavalaria, acreditando-se ele também um cavaleiro errante num mundo que já não acreditava em justas e gigantes ameaçadores.

Luys de Narváez (sobre quem já falamos em outro post) tomou um tema da tradição do Canto Gregoriano – o hino “a nuestra Señora” O Gloriosa Domina – e escreveu-lhe seis variações ("diferencias") para compor o 4º de seus Seys libros del Delphin de música de cifra para tañer vihuela. Como se não bastasse o clima fortemente místico de sua música – altamente inspirada na do compositor franco-flamengo Josquin des Prés, um preferido de Carlos V –, Narváez, ao escolher este tema, deu-lhe um tratamento de seriedade e erudição que jamais deixa de provocar um senso de contemplação no ouvinte, em que pese a variedade textural que ele cria a partir do material tão tipicamente simples deste hino medieval.

É música para fazer parar o tempo, apaziguando os pesadelos de um Don Quijote – ou abrindo os céus de uma Tereza D’Ávila...

Esta música, que abre o programa de nosso recital, causou sensação no Centro Cultural Alto Vera Cruz, no dia 20/10/2011; e no próximo domingo (30/10/2011) ela será apresentada no Centro Cultural Pampulha, dando prosseguimento à circulação do “Elegia ao violão” por BH.
Acima, esculturas em bronze de Don Quijote e Sancho Panza, que Lorenzo Coullaut Valera executou na década de 1920 em Madrid; e ao lado, o famoso Estasi di Santa Teresa de Bernini.
Como amostra, deixamos um exemplo da música de Luys de Narváez: uma de suas Fantasias.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Imagens do Recital no Centro Cultural Lindéia / Regina

Temos então algumas fotos do Recital do Centro Cultural Lindéia/Regina. O Recital aconteceu no fim da tarde do sábado, dia 15 de outubro.
Aproveitamos para agradecer a equipe do Centro Cultural - em especial a Camila Goulart - que nos recebeu com muito carinho e ao público que prestigiou o evento.
















segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Música renascentista espanhola: Luys de Narváez - I

A música que inicia nosso recital faz parte de um repertório que também é convencionalmente considerado como dos mais antigos que existem para a família de instrumentos de que o violão faz parte.
O compositor Luys de Narváez trabalhava como músico do comendador Francisco de los Cobos y Molina (ao lado vemos o palácio Vila de Los Cobos) na cidade de Valladolid, e como tal acumulava as funções de instrumentista particular (tocando em cerimônias, festas e demais reuniões em que seu suserano tomasse parte), compositor e professor de música. Àquela época a educação dos gentilhombres – nobres que eram bem vistos por seu preparo, dotes culturais aliados a um comportamento modesto e elegante – compreendia não só o conhecimento musical teórico, mas um adestramento mínimo na execução de instrumentos. A vihuela – uma espécie de avô do violão moderno – era dos instrumentos preferidos para este treinamento, e por isso Narváez publicou, em 1538, uma enorme coleção com obras para o instrumento, dedicada a seu patrão e ao rei Carlos V (que vemos na imagem), e intitulada Los seys libros del Delphin de música de cifra para tañer vihuela (abaixo algumas páginas da edição original).

Esta coleção inclui um belíssimo exemplo de como a linguagem da polifonia vocal renascentista fornecia material e inspiração aos recentes desenvolvimentos da música instrumental: a canção Mille Regretz (“mil arrependimentos”), do grande compositor Josquin des Prés, uma das preferidas de Carlos V, foi adaptada por Narváez para vihuela, com o título de Canción del Emperador – uma óbvia alusão ao monarca espanhol.
Num próximo post falaremos sobre como Narváez, ao adaptar o hino medieval O Gloriosa Domina para seu instrumento, criou um dos primeiros exemplos publicados da forma “variação” – ao mesmo tempo em que nos forneceu um documento sobre as crenças e conflitos que marcaram sua época...
Seys diferencias sobre el Himno O Gloriosa Domina, peça que iremos discutir, é a música com que abrimos nosso recital. Neste sábado (15/8/2011) estaremos novamente no Centro Cultural Lindéia / Regina, onde já apresentamos nossa palestra na última quarta-feira. Abraços!
segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Próximo Evento da Série

Nosso projeto está chegando ao Centro Cultural Lindéia / Regina.

Na próxima 4a feira (5/10) teremos uma palestra sobre a história do Violão, de 19 às 20hs, e no dia 15/10 (sábado) teremos o recital de violão às 16:30.

No site da PBH consta que, "inaugurado em 28 de junho de 2008, por meio de recursos aprovados no Orçamento Participativo, o Centro Cultural Lindeia-Regina (CCLR) procura ser um espaço de discussão sobre temas relativos à memória social das comunidades locais e vivencia a dinâmica cultural decorrente de sua localização numa área de fronteira entre Belo Horizonte, Contagem e Ibirité."

O Centro Cultural está preparando, a par de uma diversificada agenda de atividades artísticas, uma programação especial para a Semana da Criança. Será para nós uma honra compôr esta agenda (que pode ser conferida logo abaixo), assim como uma oportunidade de reencontrar também os amigos de Contagem e Ibirité. Até lá!

Ricardo Marçal

Ricardo Marçal

O violonista belo-horizontino Ricardo Marçal (29) tem se dedicado a uma crescente agenda de concertos pelas mais diversas regiões do Brasil, cativando a simpatia do público e atraindo a atenção de meios de imprensa como os programas “Violões em Foco” e o tradicional “Música e Músicos do Brasil”, ambos da Rádio MEC-FM. É bacharel em Música pela UFMG na classe do professor Fernando Araújo, foi bolsista do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão por dois anos, prossegue seus estudos regulares como aluno particular do aclamado violonista Fábio Zanon e, a convite do maestro Oscar Ghiglia, tem se aperfeiçoado nos cursos anuais de verão da Accademia Musicale Chigiana de Siena, na Itália. Como solista tem se apresentado regularmente em importantes séries por Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo. Seus projetos para 2012 incluem a 2a temporada do projeto "Elegia ao Violão", uma nova turnê com o quarteto de violões Corda Nova, do qual é membro fundador e uma turnê estadual com o Quarteto de Cordas da família Barros. Como pesquisador, Ricardo está elaborando um trabalho de pesquisa sobre o repertório de música de câmara com violão do início do séc. XIX em parceria com o historiador Gerson Castro e é professor dos cursos de história da música e apreciação musical da Academia de Ideias. Além disso, coordena a criação de uma série de música de câmara nos municípios mineiros de Betim, Brumadinho, Contagem, Crucilândia e Esmeraldas. (4/2012)

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