sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Confissão


"O violão é um instrumento de possibilidades infinitas, onde o fator humano é encontrado em doses generosas: o atrito dos dedos contra as cordas, o fato do intérprete segurá-lo de encontro ao coração, a capacidade de cantar com múltiplas vozes e multifacetado colorido - tudo isso, numa escala íntima, misteriosa, como se fosse de um planeta menor e mais delicado que o nosso, faz com que ele seja, mais do que um mero produtor de sons, um veículo em que todo o ato de fazer música tome um caráter pessoal.
Cada vez mais sinto que os grandes violonistas, não importa o tamanho do público num concerto, tocam como se estivessem se dirigindo somente a uma pessoa, fazendo uma declaração íntima e intransferível." (Fábio Zanon, in: http://aadv.host-ed.net/)

Terminando esta série de recitais, guardamos a impressão de termos favorecido diversos reencontros: entre o público e a riqueza do universo musical do violão; entre o repertório do instrumento (sua força cultural) e seu lugar; entre nós e nossa cidade. Em cada Centro Cultural celebramos o que foi para muitos uma descoberta - o milagre de um instrumento tão corriqueiro, capaz de tanto com o que parecia ser tão pouco.

Tudo isto se tornava particularmente explícito no Estudo n. 9 de Francisco Mignone, com que encerramos cada um dos 9 recitais do projeto, e em cuja seção central há uma evocação à viola caipira. Ali, todo o roteiro do recital, que incluiu polifonia renascentista, música contemporânea, estudos de bravura, spleen e uma elegia oitocentista à desilusão de um coração apaixonado e à morte do violão e de seu universo simbólico -, dizíamos, ali todo o roteiro do recital revelava a anunciada lucidez no renascimento, a transcendência no silêncio.

Um momento confessional e epifânico, a um só tempo. A convergência cultural encarnada no violão - o instrumento intimista por excelência, da música em princípio tão imaterial, delicada, flagrantemente dependente do silêncio, da concentração - nos fez voltar às origens, à família, ao berço, ao começo; a música mediando este reencontro-renascimento, reconciliando estas fantasmagorias.

A todos que participaram, nossos comovidos agradecimentos. Até mais!

(a imagem acima reproduz a pintura "Caipira picando fumo", realizada em 1893 pelo pintor e desenhista paulista Almeida Júnior)

Impressões...




""...E em nossa mente em febre a aranha fia e tece,
Com paciente labor, fantásticas visões..."
Foi exatamente o que me aconteceu ao ouvir, sentir e degustar Ricardo extraindo do violão, histórias, sensações, emoções. Adorei e recomendo!!!"
Márcia Araújo - poetisa e gestora do Centro Cultural Pampulha


"Um repertório instigante, que viaja através da história do instrumento, dando ao público virtuosismo e lirismo em boas doses. Um concerto que certamente vale a pena ouvir."
Stanley Levi - compositor, violonista, professor da Escola de Música da UFMG


"Iniciativa fantástica! Que toque a todos quanto puder, pois esta arte é divina e bela. Parabéns!"
Rodrigo Eloi - artista plástico


"Seu talento e simpatia, acompanhados da boa música com a qual você nos presenteia, deixam nossa vida mais doce e menos áspera na construção dia-a-dia."
Francisco Mendonça - advogado


"Fui ao concerto (...) e, confesso, me surpreendi positivamente com a receptividade do público, o carinho demonstrado por todos, desde os mais jovens até as mentes mais arraigadas a certos paradigmas do campo da arte e da música. O repertório, o tom, a didática, tudo isso encantou a todos nós! Parabéns (...) a toda a equipe que trabalhou para que esse projeto fosse aprovado!"
Aline Labbate Galvão - jornalista


"Foi sensacional. Primeiro pelo seu domínio do instrumento, em seguida, pela ótima reação do público. Belo projeto (...), prova de que todas as comunidades, por mais periféricas que sejam, se sensibilizam com a boa música."
Ângelo Andrade - músico e gestor do Centro Cultural Alto Vera Cruz
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Tudo começou em Outubro de 2010...



A foto ao lado registra o primeiro recital que fizemos no Centro Cultural Salgado Filho, e foi feita pelo caríssimo Leo Moraes, seu gestor à época (veja o cartaz acima).

Foi num domingo, dia 3 de outubro de 2010, às 11h; uma manhã quente de um dia de eleição. Na plateia, amigos e parentes queridos (alguns que não víamos há anos, inclusive) vieram nos prestigiar ao lado de muitas pessoas da comunidade local que, ao fim da apresentação, nos abordaram relatando a forte impressão que lhes causara aquela primeira experiência com o violão clássico.

Nosso contato com o Centro Cultural Salgado Filho, que fica próximo de nossa residência, se deu inicialmente em função de outro projeto, o "Corda Nova". A acolhida calorosa e entusiasmada do público na ocasião fez com que saíssemos de lá com a cabeça fervilhando ideias, e foi esta experiência que inspirou o projeto "Elegia ao Violão". O apoio deste Centro Cultural na pessoa do Leonardo Moraes, que inclusive nos presenteou com uma carta de recomendação à Fundação Municipal de Cultura, foi certamente decisivo, assim como nos comoveu muitíssimo.

Nada mais apropriado, portanto, que encerrarmos este projeto no local onde tudo começou há pouco mais de um ano atrás - e justamente integrando as comemorações do 3º aniversário do Centro Cultural!

Todos convidados! Amanhã, 6/12/2011, às 19hs, completaremos esta sequencia de 9 recitais em que visitamos as mais diversas regiões da cidade de Belo Horizonte, retornando finalmente ao Salgado Filho.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Imagens de Novembro



Só falta mais um recital para o fim deste projeto...




Estas são algumas imagens feitas pelo fotógrafo Daniel Protzner nos recitais realizados este mês. Agradecemos aos amigos que compareceram, ao público e gestores dos Centros Culturais Padre Eustáquio, São Bernardo e Urucuia.


Centro Cultural Padre Eustáquio (11/11/11):




Centro Cultural São Bernardo (18/11/11):







Centro Cultural Urucuia (19/11/11):











quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Elegia


A peça que dá nome ao nosso projeto foi escrita por volta de 1850, pelo compositor húngaro Johann Kaspar Mertz (1806-1856). Ela não só dá mostra das mudanças por que a literatura do violão passou em meados do séc. XIX, em função da transformação do gosto musical do público - que foi tomado de assalto pelos recitais de piano e o inchaço das grandes orquestras -, mas também testemunha a decadência que o instrumento sofreu por esta mesma razão. Se nas primeiras décadas do século XIX o violão gozava de imensa popularidade nas maiores capitais europeias, nesta época alguns violonistas e compositores chegaram mesmo a passar por graves dificuldades materiais.

Intitulada Elegie für die Guitare, a peça é um lamento, um epitáfio, em que o violão cria a ilusão de estar cantando (sua própria morte?) e sendo acompanhado por instrumentistas invisíveis, como numa ária de Bellini, ou realizando intensas figurações em torno de uma melodia hesitante e evocativa...

Imaginamos se nela Mertz não estaria de alguma forma encarnando toda uma geração de músicos que viam a tradição da música intimista e mágica do violão - seu significado afetivo de proximidade, confissão, familiaridade e transcendência - sendo relegada ao ostracismo.
Mas Mertz não foi o único compositor a escrever elegias. Franz Liszt - de quem já falamos neste blog -, o herói do piano, também as compôs. Isso nos fez suspeitar da possibilidade de que ambos, entre outros compositores, tenham encontrado sua inspiração em outra elegia - desta vez um poema, a Elegia de Marienbad, escrito em 1823 pelo consagrado Johann Wolfgang von Goethe, figura seminal da cultura alemã moderna. Goethe escreveu esta obra por ocasião de uma grave desilusão amorosa, quando contava 74 anos de idade, e na qual esteve envolvida a jovem cuja imagem vemos no início deste post.

Ficou curioso(a)?

A peça de Mertz tem sido apresentada em nossos recitais após a leitura de algumas estrofes do poema de Goethe. Convidamos a todos para conhecerem estas e outras belas obras, nos três últimos recitais de nosso projeto!
segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Últimos recitais

"A implantação de Centros Culturais ocorre dentro de um contexto que compreende, por um lado, o cumprimento de uma exigência da Lei Orgânica Municipal, especificamente o seu artigo 169, incorporada dentro da política de descentralização cultural empreendida pela Prefeitura de Belo Horizonte, e, por outro, a mobilização da comunidade para a instalação deste equipamento cultural."

Esta semana visitaremos dois Centros Culturais, na reta final de nosso projeto:

CENTRO CULTURAL SÃO BERNARDO - 18/11: palestra às 10hs e recital às 19:30hs;

CENTRO CULTURAL URUCUIA - 17/11: palestra às 19hs; 19/11: recital às 17hs.

O Centro Cultural Urucuia, cuja foto vemos acima, é um dos que foram inaugurados mais recentemente, em 2008; será nosso retorno à região do Barreiro. Convidamos os queridíssimos amigos da região de Contagem e Ibirité!

Quanto ao Centro Cultural São Bernardo - o próximo a receber nosso recital -, é um dos mais antigos da cidade e marcará a segunda incursão à região Norte de Belo Horizonte, onde inauguramos este projeto no Centro Cultural São Geraldo. Sugerimos uma visita ao respectivo blog: http://centroculturalsaobernardo.blogspot.com/p/centro-cultural-sao-bernardo.html

No dia 6 de dezembro teremos o último recital deste projeto, no CENTRO CULTURAL SALGADO FILHO. Em breve maiores informações!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Spleen






“Quando o cinzento céu, como pesada tampa,
Carrega sobre nós, e nossa alma atormenta,
E a sua fria cor sobre a terra se estampa,
O dia transformado em noite pardacenta;

Quando se muda a terra em húmida enxovia
D'onde a Esperança, qual morcego espavorido,
Foge, roçando ao muro a sua asa sombria,
Com a cabeça a dar no tecto apodrecido;

Quando a chuva, caindo a cântaros, parece
D'uma prisão enorme os sinistros varões,
E em nossa mente em frebre a aranha fia e tece,
Com paciente labor, fantásticas visões,

- Ouve-se o bimbalhar dos sinos retumbantes,
Lançando para os céus um brado furibundo,
Como os doridos ais de espíritos errantes
Que a chorar e a carpir se arrastam pelo mundo;

Soturnos funerais deslizam tristemente
Em minh'alma sombria. A sucumbida Esp'rança,
Lamenta-se, chorando; e a Angústia, cruelmente,
Seu negro pavilhão sobre os meus ombros lança!“


O poema acima, intitulado “Spleen”, faz parte da obra “As flores do mal” de Charles Baudelaire (que vemos abaixo), aqui, traduzido do original francês para o português por Delfim Guimarães.

O termo “spleen” – palavra inglesa para "baço" – se consagrou durante o século XIX para exprimir o sentimento de tédio sem causa, desesperança, ceticismo e melancolia, típicos da geração de poetas do chamado ultra-romantismo, ou mal du siècle. A conexão entre aquele órgão e estes sentimentos deriva da medicina grega antiga, que considerava cada órgão como sede de determinados humores.

No Brasil, um legítimo representante deste estilo foi Álvares de Azevedo:


“Minh'alma tenebrosa se entristece,
E muda como sala mortuária...
Deito-me só e triste, sem ter fome
Vejo na mesa a ceia solitária

Ó lua, ó lua bela dos amores,
Se tu és moça e tens um peito amigo, Não me deixes assim dormir solteiro,
À meia-noite vem cear comigo!”

(trecho do poema “Solidão”, da série Spleen e Charutos)

Segundo Ivan Junqueira, "o spleen é a expressão suprema do famoso "tédio baudelairiano", oposto à aspiração do poeta pelo absoluto e o infinito, cujo símbolo é o ideal"*. O poeta se posiciona como alguém que parece adivinhar no futuro o seu retorno a uma vida espiritual plena de que foi temporariamente apartado, sem conseguir fazer mais que desejá-la. Não deve ser por acaso que a geração seguinte - de poetas condoreiros - se caracterizará pela luta por causas sociais...

O Estudo n. 11 - da série de 12 Estudos escritos pelo brasileiro Francisco Mignone em 1970 - é um legítimo herdeiro das lúgubres gôndolas de Franz Liszt: uma barcarola densa, pessimista, de sonoridades escuras. Intitulado "Spleen", ele está posicionado justamente em meio a uma sequência de estudos que exploram a leveza e fluidez dos ritmos de dança do folclore brasileiro. É como se Mignone quisesse acrescentar à sua monumental obra um tom de drama, um elemento de inflexão formal que justifica e salienta o tom de epifania nas coisas simples que há em outros estudos, como o n. 9. (Em outro post comentamos sobre a relação entre os estudos "n. 4" de Mignone e Liszt.)

O Spleen de Mignone, que temos tocado entre os estudos n. 4 e n. 9, provocou muitos comentários entre os presentes ao nosso recital no Centro Cultural Pampulha, no dia 30/10/11; justamente um Centro onde é notável a vocação para a poesia cultivada por muitos de seus frequentadores e gestores. Ficamos intrigados com a coincidência, e imensamente felizes por conhecer e estimular pessoalmente poetas como a Márcia Araújo, que como nós têm encontrado na arte uma forma de superar noites pardacentas e angústias cruéis, numa caminhada em que o spleen se transfigurou em simples anseio por transcendência.

Na imagem no início do post vemos um retrato deste caminhante que chega a contemplar, do alto, as próprias nuvens (Der Wanderer über dem Nebelmeer, de Caspar David Friedrich - 1818).

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Notícias do Recital no Centro Cultural Alto Vera Cruz

No último dia 20 tivemos a satisfação de apresentar nosso recital no Centro Cultural Alto Vera Cruz. O público - que contava com alguns alunos da oficina de violão que o Centro oferece à comunidade - foi extremamente caloroso, e após o recital ficamos batendo papo por mais de uma hora... Estamos ansiosos para retornar para a palestra, que será no dia 27/10/11, 5a feira, às 14hs. Achamos mesmo que ela deverá durar mais que o tempo previsto, dado o interesse que nosso projeto despertou no pessoal!
Abaixo a programação do Centro:


E, a seguir, algumas fotos do recital feitas pela nossa multitalentosa produtora, Nádia Samarino:




segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Música renascentista espanhola: Luys de Narváez - II

A contrarreforma e a pujança do império espanhol do católico Carlos V geraram um rico cenário cultural, marcado por intensa religiosidade, misticismo e um certo "saudosismo" dos tempos medievais. É nesta Espanha que surgiriam figuras como Tereza D’Ávila – que, entre campanhas de assistência aos pobres, escrevia poemas e orações e tinha êxtases espirituais – e Don Quijote – o famoso personagem de Miguel de Cervantes que enlouqueceu de tanto ler romances de cavalaria, acreditando-se ele também um cavaleiro errante num mundo que já não acreditava em justas e gigantes ameaçadores.

Luys de Narváez (sobre quem já falamos em outro post) tomou um tema da tradição do Canto Gregoriano – o hino “a nuestra Señora” O Gloriosa Domina – e escreveu-lhe seis variações ("diferencias") para compor o 4º de seus Seys libros del Delphin de música de cifra para tañer vihuela. Como se não bastasse o clima fortemente místico de sua música – altamente inspirada na do compositor franco-flamengo Josquin des Prés, um preferido de Carlos V –, Narváez, ao escolher este tema, deu-lhe um tratamento de seriedade e erudição que jamais deixa de provocar um senso de contemplação no ouvinte, em que pese a variedade textural que ele cria a partir do material tão tipicamente simples deste hino medieval.

É música para fazer parar o tempo, apaziguando os pesadelos de um Don Quijote – ou abrindo os céus de uma Tereza D’Ávila...

Esta música, que abre o programa de nosso recital, causou sensação no Centro Cultural Alto Vera Cruz, no dia 20/10/2011; e no próximo domingo (30/10/2011) ela será apresentada no Centro Cultural Pampulha, dando prosseguimento à circulação do “Elegia ao violão” por BH.
Acima, esculturas em bronze de Don Quijote e Sancho Panza, que Lorenzo Coullaut Valera executou na década de 1920 em Madrid; e ao lado, o famoso Estasi di Santa Teresa de Bernini.
Como amostra, deixamos um exemplo da música de Luys de Narváez: uma de suas Fantasias.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Imagens do Recital no Centro Cultural Lindéia / Regina

Temos então algumas fotos do Recital do Centro Cultural Lindéia/Regina. O Recital aconteceu no fim da tarde do sábado, dia 15 de outubro.
Aproveitamos para agradecer a equipe do Centro Cultural - em especial a Camila Goulart - que nos recebeu com muito carinho e ao público que prestigiou o evento.
















segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Música renascentista espanhola: Luys de Narváez - I

A música que inicia nosso recital faz parte de um repertório que também é convencionalmente considerado como dos mais antigos que existem para a família de instrumentos de que o violão faz parte.
O compositor Luys de Narváez trabalhava como músico do comendador Francisco de los Cobos y Molina (ao lado vemos o palácio Vila de Los Cobos) na cidade de Valladolid, e como tal acumulava as funções de instrumentista particular (tocando em cerimônias, festas e demais reuniões em que seu suserano tomasse parte), compositor e professor de música. Àquela época a educação dos gentilhombres – nobres que eram bem vistos por seu preparo, dotes culturais aliados a um comportamento modesto e elegante – compreendia não só o conhecimento musical teórico, mas um adestramento mínimo na execução de instrumentos. A vihuela – uma espécie de avô do violão moderno – era dos instrumentos preferidos para este treinamento, e por isso Narváez publicou, em 1538, uma enorme coleção com obras para o instrumento, dedicada a seu patrão e ao rei Carlos V (que vemos na imagem), e intitulada Los seys libros del Delphin de música de cifra para tañer vihuela (abaixo algumas páginas da edição original).

Esta coleção inclui um belíssimo exemplo de como a linguagem da polifonia vocal renascentista fornecia material e inspiração aos recentes desenvolvimentos da música instrumental: a canção Mille Regretz (“mil arrependimentos”), do grande compositor Josquin des Prés, uma das preferidas de Carlos V, foi adaptada por Narváez para vihuela, com o título de Canción del Emperador – uma óbvia alusão ao monarca espanhol.
Num próximo post falaremos sobre como Narváez, ao adaptar o hino medieval O Gloriosa Domina para seu instrumento, criou um dos primeiros exemplos publicados da forma “variação” – ao mesmo tempo em que nos forneceu um documento sobre as crenças e conflitos que marcaram sua época...
Seys diferencias sobre el Himno O Gloriosa Domina, peça que iremos discutir, é a música com que abrimos nosso recital. Neste sábado (15/8/2011) estaremos novamente no Centro Cultural Lindéia / Regina, onde já apresentamos nossa palestra na última quarta-feira. Abraços!
segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Próximo Evento da Série

Nosso projeto está chegando ao Centro Cultural Lindéia / Regina.

Na próxima 4a feira (5/10) teremos uma palestra sobre a história do Violão, de 19 às 20hs, e no dia 15/10 (sábado) teremos o recital de violão às 16:30.

No site da PBH consta que, "inaugurado em 28 de junho de 2008, por meio de recursos aprovados no Orçamento Participativo, o Centro Cultural Lindeia-Regina (CCLR) procura ser um espaço de discussão sobre temas relativos à memória social das comunidades locais e vivencia a dinâmica cultural decorrente de sua localização numa área de fronteira entre Belo Horizonte, Contagem e Ibirité."

O Centro Cultural está preparando, a par de uma diversificada agenda de atividades artísticas, uma programação especial para a Semana da Criança. Será para nós uma honra compôr esta agenda (que pode ser conferida logo abaixo), assim como uma oportunidade de reencontrar também os amigos de Contagem e Ibirité. Até lá!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Imagens do Recital no Centro Cultural Jardim Guanabara



Estas são algumas fotos do nosso recital no Centro Cultural Jardim Guanabara, no bairro Floramar, que ocorreu no dia 3/9. As fotos foram feitas pelo Daniel Protzner, fotógrafo do projeto.




O recital aconteceu num final de tarde suave e agradável. Gostaria de agradecer ao público e equipe do Centro Cultural, que carinhosamente receberam nosso projeto.

Para quem quiser conhecer melhor o trabalho do Daniel Protzner, recomendo uma pesquisa no Google. Vale a pena!
terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mazeppa

A história do príncipe ucraniano Ivan Mazeppa era tão cara ao imaginário oitocentista que inspirou poemas de Byron e Victor Hugo, ou pinturas como a que vemos ao lado, de Théodore Géricault, além de várias obras musicais.

Um episódio em especial estimulou a imaginação daqueles artistas: por conta de um romance proibido na Polônia, Mazeppa teria sido atado completamente nu ao dorso de um cavalo selvagem, que cavalgou com ele até a Ucrânia, onde foi libertado ainda vivo. Sua bravura, força e resistência foram homenageadas pelos ucranianos, que elevaram Mazeppa a Comandante Militar supremo – segundo em comando após o imperador.

O grande pianista e compositor Franz Liszt escreveu um poema sinfônico e o 4º de seus “12 Estudos de Execução Transcendente” para piano inspirado nesta história:

http://www.youtube.com/watch?v=O2EIdm-QcqE&feature=related

... e, curiosamente, também o 4º dos “12 Estudos para Violão” de Francisco Mignone possui um presumível parentesco com esta obra. Além do caráter épico é uma música de heroísmo, virtuosismo, em que o intérprete deve suplantar as dificuldades técnicas em nome de uma expressão enérgica, vibrante, às vezes sinistra, às vezes cheia de ternura , Mignone usou um sugestivo ritmo nordestino: o “galope”!

Esta é uma das músicas que compõem o repertório do recital que estamos levando a 9 Centros Culturais de Belo Horizonte, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. A próxima apresentação será no dia 15 de outubro, no Centro Cultural Lindéia/ Regina.

Ricardo Marçal

Ricardo Marçal

O violonista belo-horizontino Ricardo Marçal (29) tem se dedicado a uma crescente agenda de concertos pelas mais diversas regiões do Brasil, cativando a simpatia do público e atraindo a atenção de meios de imprensa como os programas “Violões em Foco” e o tradicional “Música e Músicos do Brasil”, ambos da Rádio MEC-FM. É bacharel em Música pela UFMG na classe do professor Fernando Araújo, foi bolsista do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão por dois anos, prossegue seus estudos regulares como aluno particular do aclamado violonista Fábio Zanon e, a convite do maestro Oscar Ghiglia, tem se aperfeiçoado nos cursos anuais de verão da Accademia Musicale Chigiana de Siena, na Itália. Como solista tem se apresentado regularmente em importantes séries por Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo. Seus projetos para 2012 incluem a 2a temporada do projeto "Elegia ao Violão", uma nova turnê com o quarteto de violões Corda Nova, do qual é membro fundador e uma turnê estadual com o Quarteto de Cordas da família Barros. Como pesquisador, Ricardo está elaborando um trabalho de pesquisa sobre o repertório de música de câmara com violão do início do séc. XIX em parceria com o historiador Gerson Castro e é professor dos cursos de história da música e apreciação musical da Academia de Ideias. Além disso, coordena a criação de uma série de música de câmara nos municípios mineiros de Betim, Brumadinho, Contagem, Crucilândia e Esmeraldas. (4/2012)

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Seguidores

GRADE DE APRESENTAÇÕES - 2012

11 de agosto
Centro Cultural São Geraldo

25 de agosto
Centro Cultural Jardim Guanabara

30 de agosto
Centro Cultural Alto Vera Cruz

13 de setembro
Centro Cultural Lindeia / Regina

30 de setembro
Centro Cultural Pampulha

11 de outubro
Centro Cultural Padre Eustáquio

30 de outubro
Centro Cultural São Bernardo

6 de novembro
Centro Cultural Vila Fátima

10 de novembro
Centro Cultural Urucuia

28 de novembro
Centro Cultural Salgado Filho

7 de dezembro
Centro Cultural Vila Santa Rita

15 de dezembro
Centro Cultural Venda Nova

EM BREVE AS DATAS PARA OS DEMAIS CENTROS CULTURAIS

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